Categoria: 1997

  • Sr. Laucídio e o “Proveito”

    “Faça proveito do que lhe convém” dizia o Sr. Laucídio a propósito de muitas situações ou informações que os filhos lhe traziam. Ele queria dizer que não convém “preocupar com a vida dos outros” melhor examinar, e só captar e usar aquilo que lhe convém.

    A “cabeça-computador” dele era muito ampla e seletiva. Não ficava martelando coisas sem retorno. Também não criticava!!! Era um homem feliz, humor reservado, mas gostava de rir, gostava de festas e de gente.
    Respeitava as pessoas. Todas, em especial os humildes. Recomendava: Não chame a atenção do peão na frente dos outros!! Valia também para os filhos ecapatazes. Não “corrija” os “bêbados”!! Dê a outrém o respeito que você que para si.

  • Sucessão Familiar

    No período de Janeiro a Maio de 1996, a estudante de Administração de Empresas, Janneke Daamen, da Holanda, fez uma pesquisa em relação à  sucessão da empresa familiar, em Holambra II. Este artigo é um resumo de suas conclusões. Ela pretende com isso fazer com que as pessoas parem para pensar. Nas empresas familiares os problemas muitas vezes são omitidos.

    A sucessão das empresas, na maioria das vezes, é adiada. Isto pode acarretar problemas desastrosos para a empresa, assim como também para a família. A maioria das empresas não sobrevivem à terceira geração. Dentro das melhores famílias, as vezes, dois irmão não conseguem trabalhar juntos. Cada empresa familiar tem seus lados negativos e positivos.

    Características da empresa familiar

    * Existem uma forte relação emocional com a empresa. A família inteira depende do sucesso da empresa.

    * Cada membro da família tem, pois, a possibilidade de  trabalhar dentro da empresa. Através disso as pessoas podem exercer funções para as quais não são habilitados ou para as quais não possuam capacidade. É importante ajustar a pessoa no seu devido lugar.

    * Dentro da mesma empresa familiar o conflito não permanece somente dentro da empresa, mas tem também uma repercussão fora da empresa. Fale sobre os problemas e provoque uma confrontação. Quando os filhos vão trabalhar juntos na empresa torna-se necessário uma relação profissional. Não subestime pagando muito pouco senão irão se afastar. Não os pague demais porque isto não será acatado por outros.

    A sucessão


    No interesse dos próprios sucessores torna-se óbvio que seja visto de maneira critica a vida da empresa. Manter uma empresa por motivos nostálgicos deve ser descartado. Os sucessores irão enfrentar tempos difíceis. É muito difícil para um empresário despedir-se de uma empresa.

    O empreendedor tem medo do vazio, por isso, a sucessão geralmente não é regulamentada ou o é tardiamente.

    O empreendedor segura as rédeas e não oferece uma possibilidade para que o sucessor se desenvolva. Pode acontecer que o empreendedor tenha se tornado imprescindível coincidentemente.

    O pai muitas vezes é um homem prático. O sucessor, pelo estudo, geralmente é um homem teórico. Estas duas gerações, geralmente conseguem se completar.

    O pai pode sentir-se ameaçado pelo conhecimento teórico. Uma boa comunicação é de essencial importância.

    Para evitar isso deve existir uma forte cooperação entre o pai e o sucessor. O pai pode continuar confiando cem por cento em seu sucessor. Decisões devem ser compartilhadas.

    Para chegar a uma sucessão satisfatória deve haver uma boa comunicação com todos os filhos. A família toda deve saber que hoje em dia a sucessão de uma empresa custa muito esforço e também  muito dinheiro. Por isso torna-se necessário favorecer o sucessor em relação aos outros filhos. Cada um deve verificar a necessidade disso. Também o parceiro do sucessor deve ser envolvido com a sucessão.

     Planejamento

    Por conseguinte, os planos abaixo, mencionados devem ser compostos conjuntamente:

    *  Plano de sucessão: todos os bens e dívidas.
    * Plano de desenvolvimento: plano a longo prazo.
    * Plano e investimento: maquinas, solo e pessoas.
    * Plano financeiro: como financiar investimentos.

  • Opinião: Um Passo Tecnológico

    Uma pessoa só “melhora de vida” quando dá um passo tecnológico.
     
    Na era de abertura do Oeste de São Paulo, do Paraná e depois Mato Grosso do Sul, as pessoas melhoraram de vida porque ocuparam terras virgens de alta fertilidade.
     
    Essas áreas sustentavam, os índios que ainda eram homens “coletores” . Colhiam frutos silvestres, raízes, palmitos e caçavam animais silvestres.
     
    Os colonizadores (colônias publicas ou particulares) derrubavam as matas  (foice e machado), queimavam e plantavam milho, arroz, feijão e mandioca. A terra fértil e virgem em geral proporcionava boas colheitas. Animais silvestres e peixes completavam a alimentação desses desbravadores.
     
    Hoje não existe mais mata virgens a não ser na Amazônia, Paraguai e Bolívia. Terras de cerrado não se prestam a esse tipo de tecnologia de foice e machado, necessitam calcareo e adubos para produzir. Portanto um assentamento para ser bem sucedido agora necessita de recursos, maquinas e conhecimento tecnológico.
     
    É  mais complicado, trabalhoso e caro para fazer acontecer. Governo incapazes de prover uma educação, segurança, saúde mínimas certamente fracassarão numa tentativa de assentamento com tecnologia.
     
    Sem dúvida seria um progresso fazer assentamentos desse tipo. Alguns poderão ser bem sucedidos.
     
    A sociedade humana hoje é complexa com acúmulo de conhecimentos e tecnologias além de muitos problemas.
     
    O desajuste do desemprego  não é explicável de uma maneira simplista pela estrutura fundiária, e nem será resolvido por assentamentos em terras desapropriadas.
     
    A proposta honesta é a sociedade estudar a fundo os seus problemas e encaminhar soluções viáveis para os muitos problemas e situações que aflorarem desses estudos.