Hélio Martins Coelho
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    “Parque Nacional” = Terra de Ninguém?

    O verbete Parque Nacional, na mídia, soa muito simpático e “politicamente” correto.
    Deve ser um reflexo das belezas que Hollywood mostra em filmes americanos, com índios, polícia montada e belíssimos parques naturais .

    NO BRASIL É DIFERENTE: PARQUE NACIONAL AQUI SIGNIFICA ABANDONO.

    1- O primeiro deles, Parque de Itatiaia, muito bonito. Outro dia a televisão mostrou extração de palmito no Parque. Até hoje alguns proprietários não conseguiram a indenização de áreas desapropriadas no Parque.

    2- Chapada dos Veadeiros no planalto mais central do Brasil é uma beleza, mas com muita freqüência sofre grandes incêndios.

    3- Parque Nacional do Pantanal de Mato Grosso (ex Cará-Cará) – são 135.000 ha de Pantanal muito alagado quase na confluência do Rio São Lourenço com o Paraguai. Desapropriado amigavelmente há cerca de 15 anos tem o privilégio de “proteção” permanente de um guarda florestal, equipado com uma “voadeira” com motor sempre fundido, uma canoa e uma bicicleta.

    É um paraíso para caçadores e pescadores clandestinos.

    4- Parque da Serra da Bodoquena – 78.000 ha de morros, matas, algumas fazendas. Por decreto foi desapropriado pelo Presidente há mais de um ano. Nenhuma fazenda foi indenizada e parece que nem mesmo avaliada. Tem muita aroeira, bálsamo e outras madeiras de lei. É área bastante preservada tanto que as águas do Rio Formoso, Rio da Prata, Salobra e outros, que nascem no Parque se mantêm cristalinas. Esses rios, já preservados são a beleza maior do Mato Grosso do Sul: Bonito, Jardim, Bodoquena, Miranda.

    São milhões de hectares que estão entregues a Mãe Joana, praticamente abandonados:

    47 Parques Nacionais (Proteção Integral) 8.033.046 ha
    24 Reservas Biológicas (Proteção Integral) 3.047.276 ha
    71 Totalizando 11.080.322 ha

    Fonte: site do IBAMA

    Está em andamento agora uma proposta do Ibama para criar a Reserva Biológica do Nabileque. São 580.000 ha na fronteira do Brasil com o Paraguai e a Bolívia. Tem hoje 47 fazendas de pecuária operando na área.

    A tal Reserva Biológica requer a desapropriação da área, reservando-a só para os bichos. Como o Governo não tem nem gente nem verba para supervisionar o “pedaço”, está abrindo o caminho para todo tipo de invasão ilegal a partir dos ilustres vizinhos.

    Dois pontos importantes:

    a) A legislação existente: Federal, Estadual e Municipal permite ao poder público fazer tudo que quiser para preservar uma área de propriedade particular.

    b) Hoje as propriedades na área “tem dono”. Estes são os verdadeiros guardiões evitando a retirada ilegal de aroeira e das muitas madeiras de lei lá existentes, barrando a entrada de caçadores e desocupados em geral.

    O Governo e a Mídia agora “descobriram o Meio Ambiente”. Além de frenética legislação para “controlar” o uso dos recursos naturais agora estão em marcha batida para criar muitos Parques, Reservas Biológicas e corredores ligando uns aos outros, área de proteção ambiental, etc.

    É um festival de burrice para satisfação das Ongs internacionais e para o 1º Mundo que não quer ter nos trópicos um concorrente com poder econômico suficiente para prejudicar o domínio que mantém sobre a economia mundial.

    Como cidadãos brasileiros conscientes devemos sim ser a favor do Desenvolvimento Sustentado, explorando os recursos naturais de uma maneira racional, preservando aqueles que tem condições de auto sustentação como são os seres vivos do reino animal e vegetal.

    Algumas sugestões:

    1) Trabalhar na organização de APAs “Associação para Preservação Ambiental”, particulares e voluntárias.

    2) Simplificar e adequar as leis e regulamentos (Federais, Estaduais e Municipais)para permitir um Desenvolvimento Sustentado, centrado no Homem.

    3) Campanhas de divulgação do conceito de Desenvolvimento Sustentado, nas escolas, nas empresa e na mídia.

    4) Apresentação a opinião pública do estado real em que se encontram os atuais Parques e Reservas Biológicas.

    5) Estudar conveniência de “terceirizar” a iniciativa privada o manejo e preservação dessas unidades, que são hoje em número de 71 e já ocupam mais de ONZE MILHÕES DE HECTARES.

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