Hélio Martins Coelho
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    Hélio Coelho

    Publicado no Jornal Correio do Estado de Mato Grosso do Sul no dia 20-02-2009

    Por: ALFREDO PINTO DE ARRUDA, MÉDICO, PROFESSOR UNIVERSITARIO, EX-SECRETARIO DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE E DO MS – FUNDADOR DO PRONCOR.

    Filho do Sr. Laucídio e de dona Lúcia Coelho, nascido na Fazenda BelaVista. Eram vários irmãos, andaram por diferentes caminhos, todavia, o Doutor Hélio escolheu o mais difícil e apaixonante deles: a medicina. Formou-se na minha faculdade, a então famosa Faculdade da Praia Vermelha Concluiu o curso com distinção, como era de costume na época, referir-se aos melhores alunos. Foi completar sua bela formação na Norte América, como meu pai dizia. Ficou por lá longos e proveitosos anos onde conheceu dona Cynthia, sucumbiu, e casou-se. Voltou dos EUA e foi ser professor de Medicina na Escola Paulista de Medicina; lá conheceu, na sua plenitude, o amor por sua profissão.

    Foi mestre sábio, extremamente ético, não se afastando jamais do seu admirado bom senso, a meu ver, o maior dos predicados de um bom médico. Trabalhei com ele ainda como médico, lecionamos juntos na Escola de Medicina, hoje federal de MS. Criou método de ensino revolucionário na época, com os alunos acompanhando os professores na pratica medica diária. Conheci, graças a isso, grandes médicos de hoje, alguns trabalharam comigo no Proncor. Por sua liderança, tentamos faze-lo reitor. Não tivemos sucesso. Creio que o medo dos medíocres, foi vitorioso. Aliás, como vencem, os medíocres!

    Era, como disse, filho de Sr. Laucídio, e em decorrência disso, achou por bem tomar conta das coisas. Iniciou longa jornada, à qual se dedicou até o fim de sua longa vida. O patrimônio era importante para sua família: essencial no seu futuro. Fez sublime sacrifício, abandonou a sua profissão, paixão de sua vida e merecia o sacrifício que fez.

    Foi empresário brilhante, procurava com obstinação incluir nos seus negócios o que sua amada medicina lhe ensinara: a pesquisa, a lógica, o resultado. Era um admirável perguntador. Introduziu raças de bovinos no mercado, contaminou seus filhos com sua fé. Reviu com espírito de pesquisador a maneira tradicional de selecionar animais; priorizou o fenótipo sem deixar de sorrir com a beleza. Foi em frente com determinação, achava que o Nelore tinha que amaciar sua carne, e foi a procura disso. A medicina lhe dera a paixão pela busca: descobriu um marcador genético que caracterizava a maciez da carne e incorporou esse conhecimento na sua pratica. Introduziu tudo que imaginou nas suas pesquisas, e foi um grande vencedor, disso eu tenho certeza. Reservei, para encerrar, a minha grande admiração por este grande homem, e quero deixar gravado que sem seu apoio o Proncor atual não existiria. Foi pai exemplar, fui eu quem deu a noticia da perda de seu filho querido, medico como ele. Não me esquecerei jamais da mímica expressiva do seu rosto, onde vi uma expressão de sofrimento e controle que raramente se vê. Nas horas que o visitava, como seu médico e como seu amigo, assistia suas angústias, suas tristezas. Nessas horas, Deus me iluminava e me fazia falar em medicina, e com isto, o fazia extremamente feliz. Sentiremos sua falta, valeu Dr. Hélio.

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