Categoria: 2001

  • Na sombra do Pé de Pateiro

    Conversando depois do jantar em minha visita mensal à Fazenda Quatro Irmãos, em Cáceres, questionei a ausência do Joaquinzão, que era quem normalmente trazia os cavalos para minhas voltas pela fazenda.

    Perguntei ao Capataz Cinésio onde andava o Joaquinzão. Ele contou a seguinte estória:

    O cerqueiro Toribio estava acampado a beira do Corixão da Bolívia com a mulher, numa barraca encostada na sombra de um pé de Pateiro.

    Ele estava completando a cerca da divisa com a Fazenda Florida neste ano em que a enchente fora pequena e permitindo levar a cerca mais perto da divisa com a Bolívia e o vizinho.

    A comitiva vinha parando arrodeio para curar bezerro e salgar o gado.

    O Joaquinzão passando perto do Corixo viu a Ana Preta que estava ensaboando roupa numa pedra no Corixão, resolveu para cumprimentá-la.

    Conversando, a Ana Preta contou que o marido tinha ido na Fazenda Flórida, que era ali perto pegar um charque de carne de cervo que o Dorileo tinha caçado com ele no dia anterior.

    A Ana Preta estava terminando de lavar a roupa e perguntou ao Joaquinzão, se ele não queria tomar um tereré.

    Eram 09 horas de uma manhã de agosto e estava começando a fazer calor. Joaquinzão hesitou um pouco mas não resistiu e foi tomar o tereré na sombra do Pé de Pateiro que estava bem folhudo nesse ano.

    A Ana Preta era nova na Fazenda. Veio da Fazenda Tremendal com o cerqueiro Toribio, quando ele voltava de Cáceres com as compras.

    Perguntando como ela estava se dando aqui no Quatro Irmãos, comentou que ela era cara nova na Fazenda, que ela estava mais bonita depois que descansou da viagem de carreta.

    Conversa vai, conversa vem, eles acabaram se deitando nos pelegos que estavam abertos na sombra do Pateiro.

    Nisso chega a pé e quieto o Toribio Cerqueiro e “aí que aconteceu o desastre”, relatou o capataz: Ela apareceu desesperada aqui na sede contando que o Toríbio tinha sumido. Ora, o Joaquinzão também não retornou da volteada no fundo da invernada do Campo Fora. Apesar de uma longa procura não acharam o Joaquinzão.

    Quando o cavalo chegou arreado na sede da Fazenda eles sentiram que algum desastre tinha acontecido.

    Continuando a procura pelo Joaquinzão, finalmente ao chegar no Poço Fundo do Corixão para dar água para a tropa, viram um redemoinho de urubus que estavam rodeando o corpo inchado do Joaquinzão. Ele estava com a cabaça quase separada do corpo por uma degolada certeira.

    Poucos dias depois, chegou a notícia pela rádio-peão que o Toribio tinha sido visto de passagem no destacamento militar da Corixa.

    Voltando à sede, o capataz chamou a Ana Preta no escritório e após muitas lágrimas ela contou o acontecido debaixo do pé de pateiro.

    A rádio-peão comenta que Joaquinzão se afundou no trabalho nas derrubadas daquelas matas ao Norte de Cáceres.

    E nunca mais voltou!

  • Invernada do Aperto

    A comitiva do Retiro vinha juntando o gado na vazante do Orion que estava seca.

    Numa volta da vazante, o Tomás estava perfurando um tanque com o Cat D4 do Corintho.

    Os peões ouviam o barulho do motor, mas chegando perto verificaram que o trator de esteiras estava funcionando sem escavar.

    Acharam estranho e procuraram em roda pelo Tomás. Foi quando de cima de um paratudo ele chamou por eles. Surpresos eles perguntaram: O que foi Tomás?

    O Tomás contou: Eu tava tomando um tereré aqui na sombra quando uma “Pintada” curiosa veio ver quem estava fazendo o ronrunar do trator.

    Veio na minha direção e eu subi nesse paratudo. Foi um “aperto”!

    Desde então essa invernada que era nova passou a se chamar “Invernada do Aperto”.

  • As Torres Gêmeas de New York

    Até 11 de setembro, quem ía a New York, visitava as Twin Towers. Elas, com a visão de Manhattan e a Estátua de Liberdade, representavam a síntese da grandiosidade e progresso dos USA.

    Terroristas fanáticos, com precisão impressionante, jogaram um Boeing numa torre e 80 minutos depois na outra. Foi um ato terrorista altamente tecnificado, certamente muito dispendioso e bem planejado!!

    Cerca de 5000 desaparecidos!! Estão mortos.

    Nossas sentidas condolências a Nova Iorque e ao povo americano.

    É um ato de terrorismo maior e mais danoso que muitos outros praticados por fanáticos que não respeitam nem a própria vida!!

    Necessário fazer justiça e punir os culpados! O Brasil deve ajudar no que puder.

    Contudo é importante identificar o inimigo, puní-lo, eliminá-lo, se possível.

    Cuidar para fazer uso judicioso da força e do poder contra o inimigo certo, neste caso os agentes terroristas. Evitar excessos e agressão contra populações indefesas, que, na realidade não são culpadas.

    Não criar mais novos inimigos!!

  • O sonho do soldado

    Ouvi a seguinte estória:

    Um soldado do Afeganistão do Norte (rebelde) estava dando uma entrevista para uma repórter inglesa, já madura em anos.

    Lá pelas tantas ele pergunta:

    S – A Senhora conhece moças americanas?
    R – Sim, várias, diz a repórter.
    S – Eu admiro muito as americanas, meu sonho é casar com elas.
    R – Mas o Senhor quer casar com mais de uma ?
    S – Sim, porque nossa tradição é o homem ter quatro mulheres. Eu posso dar até quatro “gericos” por cada uma.
    O dote anual naquele País é o “Jegue”, não o camelo !
    R – Rindo bastante: Não vai ser fácil, mas como as americanas são imprevisíveis vou trabalhar o assunto, porque você é um rapaz muito “good loocking” e simpático!!!
    S – Por acaso a Senhora conhece a Julia Roberts ?
    R – Já entrevistei ela uma vez. Muito charmosa !!!
    S – Suspirando: Por ela “eu dou” até oito “gericos” !!!

  • Audiência Água

    A Lei Federal diz que a Água é um recurso natural com valor econômico. VERDADE.

    Também é verdade que a mulata, a poposuda, tem valor econômico.

    Quem quiser é quem vai gastar com anel, jóias ou outros valores.

    Certas pessoas não vão querer acessar esse recurso natural. Outros, também não vão querer fazer poço semi-artesiano, represar, etc.

  • Renda Rural e Pobreza

    Os preços dos produtos da agricultura que sustentam a economia do Mato Grosso do Sul, estão caindo significativamente.

    Às vezes eles apenas não acompanham os aumentos de custos dos outros bens e serviços. Às vezes, caso do feijão e arroz caem em Real mesmo. O empobrecimento do produtor é catastrófico e facilmente identificável.

    O que muita gente, em especial o poder executivo e também os políticos não estão compreendendo é que o empobrecimento acaba atingindo toda a população. Circula menos dinheiro, arrecadação de impostos não melhora. Quando melhora é porque o executivo conseguiu eliminar vazamentos previamente existentes.

    A queda do preço relativo do feijão, arroz, carne bovina, frango e outros produtos é inevitável. Deriva do aumento de produtividade da agricultura e as vezes da queda de consumo.

    A queda de consumo deriva da mudança de hábitos alimentares, secundária as modificações ocorridas nas famílias. Grande número de donas de casa passaram a trabalhar. Demandam alimentos de preparo fácil e rápido, onde entra o trigo como matéria prima básica.

    Esforços para melhorar os preços desses produtos básicos trazem resultados decepcionantes, considerando os subsídios e barreiras protecionistas nos países do 1º mundo.

    Terras virgens e de boa qualidade foram gastas exauridas. Para produzir com eficiência necessária, correção , adubação e sobretudo competência.

    Informação – Comunicação – Responsabilidades

    As elites, políticas e econômicas tem acesso mais fácil a informação qualificada. Tem pois a responsabilidade de estudar a situação e começar a achar caminhos para amenizá-la ou corrigi-la, se possível.

    A corrupção, os desperdícios tanto em obras e serviços dos governos como dos cidadãos mais bem aquinhoados tem de ser eliminados ou pelo menos amenizados.

    A grande facilidade de difusão da informação, a velocidade dos meios de comunicação atingem diretamente as pessoas e a mente de todos inclusive dos menos favorecidos.

    As mesmas facilidades de comunicação facilitam o aparecimento de movimentos que vão conduzir esses “destituídos” a reagir para conseguir se apossar de mais bens e melhores condições de vida.

    A população vai rapidamente entender que programas como a reforma agrária estão tirando de quem tem, para dar para ninguém.

    Eles certamente, vão procurar e achar outras maneiras de acessar bens, serviços e confortos.

    O aumento do emprego público como foi feito na Argentina e é feito em muitos lugares do Nordeste do Brasil, é medida ilusória e que generaliza o empobrecimento.

    É preciso criar outras soluções, o que passa por Educação, em especial profissionalização. Achar outras atividades econômicas, fazendo circular os bens e a riqueza.

    – Uns ganhando dinheiro dos outros.

    Turismo e exportação são altamente desejáveis. Os dois tem potencial no Estado. Necessário muito trabalho, competência e persistência para alcançar resultados com algum significado.